Anônima

Vinculada à marca Herself, a ANÔNIMA é uma nova galeria cuja intenção é sair do lugar-comum do universo artístico tradicional e abordar a relação da arte com pessoas que sempre estiveram à margem dos circuitos “oficiais”: artistas mulheres racializadas, cis, trans e pessoas não binárias. O nome “Anônima” é uma referência – e um enfrentamento provocativo – à falta de registro e desvalorização que essas artistas, suas práticas e obras sofreram ao longo da história.

Latino-americana, ativista, humana, plural, autêntica, ousada e corajosa, a marca busca demonstrar sua essência através de uma identidade visual inspirada em expressões de resistência gráfica e artística: mídia impressa alternativa e materiais têxteis.

O conceito gráfico da ANÔNIMA foi construído para representar a coexistência de realidades que permeiam a vivência da mulher e pessoa não binária no universo artístico: ao mesmo tempo em que existe uma multiplicidade imensa de artistas, práticas e narrativas, constatamos que elas foram invisibilizadas e/ou conformadas a padrões que não as contemplam ao longo da história.

Esse contraste se concretiza na identidade visual através de uma assinatura visual de caráter neutro contraposto por um sistema de apoio com recursos gráficos baseados em materiais têxteis e na risografia, capazes de personificar e exprimir toda a pluralidade de vozes escondidas por trás do “anonimato” do logo.

A marca Anônima possui uma vasta gama de recursos gráficos de apoio, explorando elementos e estilos das principais referências conceituais da identidade:

• Fotografias Autênticas

As diretrizes imagéticas e conceituais percebidas na fotografia espontânea e documental são utilizadas como inspiração para o emprego de fotos na comunicação da marca. Ambos os gêneros fotográficos servem de instrumento para captar a “história vista de baixo” – focada nas pessoas consideradas comuns ou menos importantes para a narrativa histórica tradicional. A perspectiva despretensiosa, espontânea e cotidiana dessas fotos encaixam muito bem com a natureza acessível, próxima e autêntica com que a marca aborda o universo artístico: sem poses e pedestais.

• Alfabeto de Artistas Latino-Americanas

Coleção original de letras “a” (inicial de Anônima) desenhadas do zero, tendo como inspiração o trabalho de 20 artistas da América Latina – uma representante para cada país da região. A seleção das artistas a partir de cujo trabalho o alfabeto foi criado seguiu a mesma lógica 70/30 que a marca Anônima visa praticar em suas atividades como galeria: do total das 20 representantes dos países latinos, 70% (ou seja, 14) são artistas mulheres racializadas e/ou LGBTQIA+. Além disso, a escolha destas artistas também se propôs a demonstrar uma diversidade de idades, períodos, formas e técnicas artísticas.

• Construções Dimensionais no Têxtil

Resgatando as artes têxteis como uma via de expressão simbólica quase universal do criar feminino ao longo da história, a Anônima faz uso de seus princípios construtivos e artísticos para compor a própria identidade. Os grafismos baseados nessa ideia foram elaborados em torno de três dimensões: do Ponto à Linha, da Linha ao Plano, e do Plano ao Volume,

• Peculiaridades Estéticas na Risografia

Desenvolvida como uma evolução dos mimeógrafos, a técnica da risografia é um mix entre fotocópia e serigrafia. Como nasceu para viabilizar impressões de baixo custo em alto volume, a riso tem como prioridade levar o conteúdo ao público, ao invés de produzir um material impecavelmente acabado. Por isso, sua produção cria inconscientemente uma “estética do precário” marcada por irregularidades e falhas. Estes erros e imperfeições são utilizados como recursos para a identidade da Anônima, simbolizando o valor do próprio processo de experimentação gráfica e os resultados únicos que ele é capaz de produzir.